sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Minha caixinha de segredos

Eu tinha um caixinha, dessas que a maioria das adolescentes e jovens tinha, naqueles tempos. Guardava com carinho papeis de bala que representavam momentos especiais: uma comemoração de prova na escola, o primeiro namorado, um vidro de perfume especial, uma foto que se destacava, não pela beleza, mas por haver eternizado um daqueles momentos que não voltam nunca mais.
Na faculdade guardei nela o bilhete do homem que foi o primeiro. Um poema de Neruda e um "Te quiero mucho bien" ao final. Guardava os bilhetes de alguém que flertou com versos de Cantares. Sedutor e romântico. Guardei o ticket do show dos Titãs. Era uma preciosidade, minha caixinha.
Houve um dia alguém que me disse: ou essas bobagens todas, ou eu.
Como foi fácil livrar-me de tudo, como se faz uma grande fogueira de entulhos. De repente, tudo foi redimensionado. Precisava fazer uma troca - pensei - para ficar com meu grande amor.
Hoje tenho minha caixinha na memória. Sinto saudade de tudo o que ali estava, e que me levava a lugares belos, a abraços ternos, a momentos de amizade, mas também de paixão. Às vezes penso em recomeçar a caixinha, ou o scrapbook. Tenho tantas histórias guardadas, definitivamente, elas não cabem aqui nesse ciberespaço. Preciso tocá-las e sentir-lhes o cheiro, ser tomada pelas lembranças, risos e lágrimas. Hmmm, melhor decidir e fazer... right now!

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