terça-feira, 26 de abril de 2011

1001 coisas que eu não gostaria mais de fazer, agora que descobri que continuo viva...

Sabe aqueles livros, do tipo: "1001 lugares para conhecer antes de morrer"? Pois eu estou fazendo a minha lista, separando as tralhas e com muita honestidade, vendo aquilo que eu não gostaria e juro de pés juntinhos e dedinhos cruzados que não vou me esforçar por fazer, nem aceitar. Minha lista é modesta, até ontem tinha 3 itens. 3 valiosos itens... Mas está crescendo e por isso, porque minha memória só guarda o que é prá hoje e amanhã, então achei melhor ir escrevendo.
Bah, escrever é quase um statement, daí eu lembrei que sou sazonal, circular, mutante... vou tomar o super cuidado de escrever aquilo que é ponto fixo na circularidade da minha vida. Disso realmente eu não abro  mão, never more!
E tem mais... fique bem claro que não quero jogar pedra em ninguém, mesmo! Isso tudo já fez parte da minha vida, e houve um tempo em que eu achei isso legal, importante, e até mesmo necessário. Aqui eu faço o sincero e humilde mea culpa...  Mas agora, pensando nos próximos 60 anos da minha vida...

  1. TV no quarto. É o primeiro item. Prometo por esses meus cinco dedinhos curtinhos e gordinhos do pé direito que nunca, nunquinha mais, vou ter TV no quarto. Já fiz amor ouvindo o Willian Bonner dizer "Boa noite"... já partilhei minha total intimidade com o Galvão gritando "RRRRRRRRRRonaldo!!!!!!". Já tentei dormir e perdi o sono por causa da caixinha de luz intermitente conversando sozinha diante dos meus pés. Isso é fácil decidir: TV no quarto, pelos meus dedinhos do pé direito, nunca, nunca mais!!!!!
  2. Pornografia. Sem comentários. Não aceito mais, de nenhum tipo, tamanho, som, qualidade. Passei o rodo!
  3. Gente estressada no trânsito. Sério! Sou do tipo que sai de casa 10 minutos antes para poder perder tempo na estrada... dirigir leve, cantando bem alto com os músicos do meu MP3... olhar os campos... e às  vezes, quando estou muito adiantada, até paro o carro para clicar com minha velha câmera aquela florzinha amarela ali, na beira da estrada... Aquela pedra esquisita... aquele céu de tempestade... Dá angústia ver alguém disputando os centímetros do asfalto. Dá pânico entrar no carro e ver que o motorista quer quebrar seu próprio recorde, só para depois contar, peito inflado, que fez o percurso de 2 horas em 1 hora e 20... Esse vai ser um teste de qualidade, e vai definitivamente distinguir com quem ando e para onde. Stress no trânsito... nem pensar! Aqui vai meu voto de louvor ao meu mano César e ao meu mano Marco: são motoristas excelentes! desestressados, não ficam disputando corrida, não ficam quebrando recordes... são cavalheiros da estrada! Para eles o carro é tão somente e simplesmente um meio de locomoção. Para meus manos que dirigem legal vai o meu inflamado e entusiasmado HIP HIP HURRA!!!!!
  4. Ah, o item da TV me lembrou outro bem importante, e aí, eu estou no processo. Quero chegar ao dia feliz em que nenhuma refeição com meus filhos aconteça diante da TV ligada. Já conseguimos muito. Ela fica quieta, muda, calada, durante o café e o almoço. Os progressos são evidentes. Sem Bom dia Brasil, sem RBS Notícias... Apenas a voz maravilhosa dos meus filho e filha metralhando bobagens importantíssimas do seu dia. Sem "shhhh, escuta a notícia, guri!" Aqui tem exceções que são uma delícia: assistir um filme comendo uma panelada de pipoca, ou brigadeiro de colher. Aham. É a cereja do bolo, mas no day by day, sem TV nas refeições. 
  5. Comprar coisas trash para minha casa, só porque "aquele cantinho tinha que ter um vasinho"... essa é cruel! No momento, o vazio me preenche, e me basta.
  6. Piada machista, sexista, racista. Nunca entendi, nunca ri, nunca achei graça... não é agora que vou começar... 
  7. Pedir perdão pelo que não fiz, só para manter a paz... Isso, nunca, nunca mais, e eu prometo isso pelos meus cinco dedinhos curtinhos e gordinhos do pé esquerdo. Ser crucificado, isso fez Jesus por nós. Comigo, nem a pau, pica-pau!
  8. Namorar só para não ficar sozinha. Troco por um livro, por um curso de jardinagem ou culinária, por uma viagem até ali ou até lá... 
  9. Passar fome prá caber naquela calça e impressionar o gajo. Eu já fiz isso! Credo, coisa feia de fazer comigo mesma!!!!!!!! Nenhum homem merece isso, e, vamos combinar, alguns poucos "ligam" prá isso... Aliás... a gente, mulher, encana de ter um corpo para ser visto pelos outros... Essa tá fácil. E viva a boa comida, usufruída em boa e agradável companhia! Sou uma Loba, that's the way i'll live my life!
Aham, a lista está crescendo... estou aprendendo... o melhor caminho é esse, que eu faço com meus próprios pés, apoiados nos meus curtinhos e gordinhos dedinhos... Yes!!!!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Lo que pasa es que el canto de mi vida e mi cuerpo ja no puede más calarse...

http://www.youtube.com/watch?v=vNKdLX1pV7Y&feature=player_embedded#at=111

Clarissa Pínkola Estés escreveu em "Mulheres que correm com Lobos" a seguinte frase, para mim, preciosa: "Quem não uiva, não encontra sua matilha". Lembro que li esse livro anos atrás, em meio a muitas turbulências em minha vida pessoal. Essa frase, entre outras tantas imagens fortes, femininas, da mística religiosa dos povos nativos, me acompanhou de perto. Em momentos tenebrosos procurava portas e janelas, e pensava: haverá o tempo de buscar  a matilha...
O primeiro grito é quase um desabafo: "Estou viva! Sou! Existo!". O grito acompanha o gesto de abrir a porta, clamar por liberdade e lealdade. É decidir não conviver mais com o que sufoca, e de maneira surreal, foi o casulo seguro que me envolveu a vida por "n" anos. É o grito do descarte, do "não quero", "não preciso", "não me toca e nem fala nada a mim".
O segundo grito é: "eu sinto".... necessidades, vontades, emoções, desejos, amizades, sonhos...
Estou nesse grito. Ainda está preso. Ainda estou descobrindo, explorando, sentindo. E quando souber, vai ser claro como o dia... 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Lágrimas de Dilma



Massacre dos Inocentes - Afresco de Giotto para a Capella degli Scrovegni, em Pádua, Itália (1304-1306)

Achei tocantes. As lágrimas de Dilma, expressando a dor e a indignação pelo trágico destino de meninos e meninas, mortos por um atirador, na Escola Municipal Tasso de Oliveira, nessa quinta-feira (7 de Abril), em Realengo - RJ. "Brasileirinhos que foram tirados tão cedo da vida"... Brasileirinhos e brasileirinhas perderam o seu futuro, afirmou a Presidenta. Abriu mão do discurso laudatório em dia de evento público-político e deixou caírem lágrimas em homenagem ao grupo de brasileirinhos e brasileirinhas chacinados em Realengo.
Cabe uma breve reflexão nesse momento: o evento trágico e brutal de ontem (07 de abril), expõe a face mais doentia de nossa sociedade, e faz lembrar os inúmeros massacres ocorridos em escolas dos Estados Unidos. Aliás, a absurda covardia, a terrível e  cruel violência cometida contra crianças e adolescentes se veste e reveste de várias roupas ao logo da história, ao sabor das circunstâncias. Não tenho a intenção de traçar o perfil psicológico dos assassinos em cada caso. Nem tenho como diferenciar o que está por trás de cada massacre. E muito menos vou diminuir o peso das lágrimas de Dilma, falando aqui das milhares de crianças que morrem em situações igualmente chocantes e crueis, como a violência doméstica, a falta de acesso à alimentação e saúde dignas, e que não mereceram ainda as lágrimas da Presidenta.
O fato é que as crianças são percebidas em nossa sociedade como o lado mais frágil da corda, não há dúvida. São vítimas em potencial de governantes sádicos e inescrupulosos. São alvos preferenciais de chacinas, de estupros em caso de guerra, de violência moral, sexual, e das maiores vilanias e crueldades. São moeda de troca por dinheiro, drogas e comida. Estão completamente à mercê das pessoas e da sociedade que tem como dever atender as necessidades dos pequenos e das pequenas.
Causa revolta o fato isolado em si, pela violência do mesmo, pela intencionalidade do assassino em aparentemente escolher as meninas como alvo principal. As pessoas ficam indignadas com a chacina, mas chegam em casa e batem nos filhos por causa de suas pequenas ou grandes traquinagens. Descontam nos pequenos e pequenas suas raivas, cansaços e frustrações. Deveria causar igual revolta e ímpeto de mudança a situação de tantos e tantas brasileirinhos e brasileirinhas, e pequeninos de tantas outras nacionalidades, colocadas em situação de grave risco à vida e à dignidade humana todos os dias. É necessário uma urgente quebra de paradigma em nossa sociedade. Leis não são capazes de garantir a mudança no eixo dos pensamentos da sociedade que ainda se apropria dos pequeninos e pequeninas, roubando deles e delas o futuro.
Sim, Dilma, derrame as suas lágrimas. 
E alerta a nossa consciência para a fragilidade da vida dos pequeninos e pequeninas. Continuarei fazendo a minha parte, e peço que a senhora, nossa Presidenta, mantenha o pulso firme e a coluna ereta, dando o primeiro e maior exemplo pela proteção à infância em todos os níveis. 
Derrame as suas lágrimas, Presidenta. Mas continue, conosco, a agir com eficácia em favor dos nossos brasileirinhos e brasileirinhas. 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ESTATUTO DAS LOBAS

Lobas são mulheres de 20, 30, 40, 50 anos... ou mais! Vivem sós, caçam sós, mas sabem que existe "A Matilha". Têm cicatrizes de batalhas, de amores perdidos, de corações partidos... Mas estão aí: ativas, vivas, na luta. Para elas, dedico esse breve Estatuto:
1º Lobas têm o coração e o espírito livres. Fica, portanto, proibido prender ou escravizar seu coração e sua consciência em teias de promessas, em declarações de amor, em propostas de proteção.
2º Lobas belas são Lobas livres... Lobas não precisam de proteção, mas necessitam ser amadas.
3º Lobas têm marcas no corpo: sinais de batalhas ancestrais, cicatrizes de poucas ou muitas ninhadas, sinais do tempo, de caçadas e de deliciosos rituais comensais. Fica declarado, desde já, que essas marcas são belas, sublimes e misteriosas. Têm valor por si mesmas, não devendo ser trocadas por alfaces e outras insanidades.
4º Lobas são observadoras sagazes. Fica decidido que observar, perceber, concluir, é inerente à natureza das Lobas.
5º Lobas gostam da solidão, das pradarias amplas onde podem correr ao luar, mas Lobas também gostam de caçar, brincar e trocar informações com a matilha.
6º Lobas amam na totalidade. Fica decidido que seu amor deve ser dedicado à sua preservação, à sua ninhada, às suas amigas e aos amores leais e fieis.
7º Lobas são amigas, mães e amantes generosas e libertárias.
8º Fica decidido que qualquer tipo de interação com Lobas deverá acontecer - sempre - respeitando os valores e o espírito libertário das mesmas.
9º Lobas são parte do todo. Estão aí, explorando e correndo. São da noite, mas também são do dia. Amam a luz do luar, e amam correr em liberdade, explorando e aprendendo.
10º Para as Lobas, amar pode ser parte da grande e boa liberdade... Fica decidido, então, que aqueles que amam Lobas, hão de correr com elas livres pelos campos.

O presente Estatuto entra em vigor na data de sua publicação. Revogam-se todas as disposições em contrário, especialmente aquelas que afetam a livre dignidade das Lobas.
Carla Andrea Grossman, escrita sob o luar de 06 de abril de 2011.

domingo, 3 de abril de 2011

Aprendendo a receber estrelas

Acontece em tardes especiais. 
Estrelas são momentos que aquecem o coração
São gestos que completam
São borboletas batendo asas nos lugares certos
Acontece em dias especiais
Quando você acha que nada vai ser diferente
Estrelas te surpreendem
Te arrebatam
Te recolhem em abraços ternos
Te recebem e te completam
Acontece...
E por serem estrelas
Mudam a tua história
... esse dia nunca mais será como os outros...
Estrelas...

sábado, 2 de abril de 2011

Um pequeno Scrap para Rozani

Querida... 
A gente enfrenta tudo com um sorriso
A gente supera tudo com um abraço
A gente espera o melhor com um beijo
A gente faz nascer a esperança, contra toda desesperança,
Quando percebe a dádiva dos anjos e anjas, 
Amigos e Amigas
Que sempre estão aqui...
Amigas são para sempre!
Beijos!